Arquivo/ Larissa Ponce
Mandetta: é preciso pressionar o governo para regulamentar o piso
.
Deputados da Comissão de Seguridade Social e Família vão se reunir
com representantes dos ministérios da Saúde, do Planejamento e da
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República para
tratar do piso salarial dos agentes comunitários de saúde. Na reunião,
prevista para 21 de agosto, será discutida a publicação de uma medida
provisória para regulamentar o piso nacional da categoria.
Hoje, o governo federal repassa aos municípios R$ 857 por agente de
saúde. Isso equivale a quase um salário mínimo e meio. Os agentes
reivindicam o piso de dois salários mínimos (R$ 1.244).
Do valor que a União destina aos municípios para o pagamento dos
agentes de saúde, em alguns casos o prefeito repassa o dinheiro
integralmente a esses trabalhadores. Em outros, até completa para chegar
a dois salários mínimos. Porém, há prefeitos que descontam vários
encargos e repassam aos agentes de saúde menos do que um salário mínimo.
Um dos objetivos da regulamentação do piso é evitar o desvio para
outras finalidades dos recursos repassados pelo governo federal aos
municípios.
O presidente da Comissão de Seguridade, deputado Mandetta (DEM-MS),
destaca que deputados de vários partidos são favoráveis à definição do
piso salarial dos agentes de saúde. Ele afirma que, agora, é preciso
pressionar o governo federal para que edite uma medida provisória sobre o
tema.
"Nós queremos, no dia 21 de agosto, sentar em uma mesa já com os três
ministérios: das Relações Institucionais, do Planejamento e da Saúde,
para que não haja mais o jogo de empurra”, disse o deputado. “A comissão
se sensibilizou [com a mobilização dos agentes] e tomou para si a
tarefa de mediar esse diálogo.”
Projeto aguarda votação
Uma comissão especial da Câmara aprovou no ano passado um substitutivo ao projeto que regulamenta as atividades dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias (PL 7495/06). O texto aprovado prevê um aumento progressivo do piso, até chegar a dois salários mínimos em 2015.
Uma comissão especial da Câmara aprovou no ano passado um substitutivo ao projeto que regulamenta as atividades dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias (PL 7495/06). O texto aprovado prevê um aumento progressivo do piso, até chegar a dois salários mínimos em 2015.
Essa proposta está pronta para ser votada no Plenário. No entanto,
como o texto implica aumento de despesas orçamentárias, os deputados da
comissão esperam que o Executivo envie uma medida provisória ou projeto
de lei sobre o tema.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado
Domingos Dutra (PT-MA), foi o relator da proposta aprovada na comissão
especial. Para ele, os agentes de saúde precisam ser valorizados. “São
eles que ajudam a população a se prevenir das mais diversas doenças.”
A presidente da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de
Saúde, Ruth Brilhante, afirma que a categoria vai continuar mobilizada
até conseguir seu objetivo: “Não vamos nos afastar do Congresso. Vamos
estar junto com os deputados, buscando e cobrando a regulamentação do
piso.”
A criação de um piso salarial nacional para os agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias está prevista na Emenda Constitucional 63,
de 2010.
A emenda estabelece que uma lei federal definirá o regime
jurídico, o piso, as diretrizes para os planos de carreira e a
regulamentação das atividades da categoria. Segundo essa emenda, caberá à
União prestar assistência financeira complementar aos estados e aos
municípios para o cumprimento do piso salarial.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Pierre Triboli
Edição – Pierre Triboli
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